quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cinema Paradiso

A sonoridade da língua italiana, misturada com a delicadeza de uma história simples, com seus momentos de humor e drama, atores expressivos e o toque diferenciado do cinema italiano fazem Cinema Paradiso entrar para a lista dos meus filmes preferidos.

A história inicia quando Salvatore di Vita, em Roma, recebe um telefonema de sua mãe avisando que Alfredo está morto. A partir daí, lembranças da infância em Giancaldo e do Cinema Paradiso, onde Totó - como era chamado quando criança - passava a maior parte do tempo fazendo companhia a Alfredo, o projecionista do cinema, vem à tona na mente de Salvatore.

Totó cresce na cabine de projeção, às voltas com as películas e máquinas, aprendendo com Alfredo e ao mesmo tempo criando um sincero vínculo de amizade. O pequeno ator que interpreta o Salvatore criança rouba a cena. É de um talento incrível, se expressa de forma natural e garante emoções verdadeiras no espectador tanto em cenas engraçadas como nas dramáticas.

O diretor Giuseppe Tornatore achou curioso o fato do pequeno Salvatore Cascio ter o mesmo nome do personagem, mas o que lhe rendeu o papel foi o fato de ter decorado todas as falas e marcações de uma cena durante os testes. O ator francês Philippe Noiret, experiente e com atuação em filmes como "Tango"(1993), de Patrice Leconte e "O Carteiro e o Poeta" (1994), de Michael Radford, apresenta atuação excelente, na pele do rabugento mas amigo Alfredo.

O filme é primoroso, com várias cenas indescritivelmente belas. Chamo atenção para algumas: quando o pequeno Totó pergunta para sua mãe porque o pai não volta, já que a Guerra è finita, a cena em que ele salva Alfredo do incêdio que destrói o cinema e quando Totó, já adulto, volta à sua cidade natal e contempla fotos antigas, relembrando as pessoas que passaram por sua vida.

As paisagens da Itália colaboram para que o filme seja irretocável. Vencedor da categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar em 1990, do Globo de Ouro na mesma categoria também em 1990, além de diversas outras indicações e premiações em todo o mundo, Cinema Paradiso é uma obra prima.

Fotos: Buenos Aires para niños e Christian Kocinski

*Paula Gracioli

Polanski poderá ganhar prisão domiciliar

O conceituado diretor de Oliver Twist e O Pianista, Roman Polanski, poderá sair da cadeia em Zurique, onde está detido, e cumprir prisão domiciliar em um chalé nos alpes suíços. Ele está recluso a pedido dos Estados Unidos por ter mantido relações sexuais com uma menor há 32 anos.

O cineasta aguarda a decisão a respeito de sua extradição para os EUA e terá que pagar pagar 4,5 milhões de francos de fiança para ser libertado.

Após a residência ser revisada por agentes de segurança e pelo advogado do diretor de 76 anos, ele residirá no chalé apenas com os requisitos mínimos de segurança solicitados pelo Minitério da Justiça do País. Ele vai usar um bracelete de monitoramento eletrônico.

Cada vez que ele deixar a casa, um alarme irá soar, mas ele tem permissão para buscar correspondências ou receber convidados. Polansky também poderá usar internet, e-mails e não terá as ligações telefônicas gravadas.

O caso do diretor teve diversas reações no meio artístico internacional. E, segundo sua cunhada, a atriz Mathilde Seigner, ele teve grande apoio do presidente francês Nicolas Sarkozy. Ele é conhecido por polêmicas.

Em 1969, sua esposa, Sharon Tate, foi assassinada pela Família Manson. Em 1977, ele foi condenado por relações sexuais ilegais com menores e posteriormente fugiu dos Estados Unidos.

Foto: Wikipédia

*Osíris Reis

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Adeus, Lenin!

Em 1989, Christiane (Katrin Sass), professora e entusiasta militante política, após um enfarte entra em coma na Alemanha Oriental. Oito meses depois ela acorda: o muro de Berlim já havia caído, o país já estava unificado e o capitalismo vencia a batalha.

A recomendação médica é de que ela não sofra emoções fortes e seu filho, Alex (Daniel Brühl) com a ajuda da irmã Ariane (Maria Simon) faz de tudo para manter o comunismo funcionando, pelo menos dentro de casa.

A partir daí, com a ajuda de um amigo de Alex, noticiários de televisão são gravados como se o capitalismo tivesse sido derrotado, troca rótulos de vidros de pepinos e geléias e todos que tem contato com Christiane não devem mencionar a real situação do país.

O filme é de uma delicadeza ímpar, Daniel Brühl - que está também no filme Bastardos Inglórios - tem uma atuação excelente, o roteiro não trata de um tema original, mas o diretor Wolfgang Becker abordou o tema sob uma ótica diferente.

Uma das cenas mais marcantes do filme é quando Christiane consegue levantar da cama, sai de casa e vê, entre outros movimentos que lhe eram estranhos na época da Alemanha Oriental, uma estátua de Lenin passar pendurada em um helicóptero.

O tom de comédia mesclado com o drama para tratar de um tema tão polêmico foi extremamente bem sucedido, tanto que Becker foi indicado em 2003 ao prêmio de melhor diretor e prêmio do público de melhor diretor por Adeus, Lenin!.


Fotos: Cinezart
Radamés

*Paula Gracioli

O Profeta lidera indicações

O filme frânces "O Profeta", de Jacques Audiard, está indicado em seis categorias aos prêmios da Academia de Cinema Europeu, inclusive na disputada e principal categoria de melhor filme europeu.

O longa, de sucesso comercial, mas também com um drama realista e social como a Academia gosta, fala sobre o crime nas prisões e o jogo de força e poder entre os presos. O filme venceu o grande prêmio do Júri do Festival de Cannes e é o candidato da França ao próximo Oscar, como "melhor filme estrangeiro".

E por falar em Oscar, a premiação da Academia vai ser uma disputa difícil, já que atrás de "O Profeta" em número de indicações, está o atual vencedor do Oscar de "melhor filme estrangeiro" e sucesso de bilheteria, "Quem quer ser um milionário?" do Reino Unido, com 5 indicações.

Agora resta esperar o resultado!

*Paula Blaas

domingo, 29 de novembro de 2009

Comunismo nas Telas

Após o estrondoso sucesso de Cinema Paradiso, Giuseppe Tornatore volta em 2009 com Baaria. A mais nova superprodução do diretor italiano conta a história do desenvolvimento do comunismo através da saga de três gerações de uma família da Bagheriada, região da Sicília também conhecia como Baaria e terra natal de Tornatore.

O filme, que abriu o Festival de Veneza e foi considerado pelo próprio Tornatore o ''mais íntimo" dos seus trabalhos, foi lançado em São Paulo nesta quarta feira, 25, e ficará em exibição até o dia 3 de dezembro, durante a 5ª Semana Pirelli de Cinema Italiano.

Segundo Tornatore, Baaria é seu filme mais íntimo e sentimental, mais até do que Cinema Paradiso, filme pelo qual recebeu em 1990 o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Apesar dos esforços da produção e do orçamento grandioso – foram investidos 65 milhões de reais, um dos filmes mais caros da história do cinema italiano - Baaria recebeu críticas severas no Festival de Veneza, sendo recebido até com uma certa frieza.

O jornal Il Manifesto, um dos mais irritados com a forma que Tornatore abordou a história política do país e a forma ingênua como tratou o Partido Comunista, classificou o filme como ''decorativo mas sem nada de substância."

Ironicamente, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi um dos grandes entusiastas de Baaria. Chegou a declarar que "ninguém deveria perder a oportunidade de assistir a essa fita impressionante”.

O cineasta não pretende se gabar de tal elogio. Tornatore afirmou, na ocasião, que não teria como controlar as convicções políticas do público e que não compartilha da forma com a qual Berlusconi governa a Itália.

Baaria foi escolhido pelo governo italiano para representar o país na corrida pela estatueta na categoria de melhor produção estrangeira. Agora, resta esperar para ver se Tornatore (foto ao lado) irá repetir o feito conquistado com Cinema Paradiso. As indicações serão divulgadas dia 2 de janeiro.

Fotos: oglobo.globo.com e cinemacomrapadura.com.br

*Paula Gracioli

O Leitor

Com 5 indicações ao Oscar, "O Leitor" é um filme alemão que se passa durante a Alemanha pós-segunda Guerra Mundial.

A trama se desenvolve em um verão quando o adolescente Michael Berg (David Kross) e a mulher solitária Hanna Schmitz (Kate Winslet), que tem o dobro da idade do jovem, vivem uma história de amor. Um dia, porém, Hanna desaparece misteriosamente. Oito anos se passam e Berg, sem esperar, se ve frente a frente com o seu passado.


O filme, dirigido por Stephen Daldry (indicado ao Oscar por Billy Eliot e As Horas), começa com Berg adulto (Ralph Fiennes) e volta para sua adolescência, quando conheceu Hanna, para o desenrolar da história. Um dia, voltando para casa, ele percebe que o jovem está doente e o cuida. Depois de melhorar, ele volta a casa dela para agradecer e os dois acabam se envolvendo sexualmente.

Além da diferença de idade, o filme também traz à tona a diferença de classes social e cultural. Durante a trama, a mulher mais velha só aceita fazer sexo com o jovem, depois que ele lê as histórias dos livros que leva para ela. Até o dia em que Hanna some.

Oito anos depois Berg, agora estudante de direito, é levado por seu professor para o julgamento das mulheres que trabalharam no Holocausto, durante o nazismo. Entre elas está Hanna. Berg sabe de um segredo que pode evitar que ela seja condenada, mas se cala.

O filme traz através de uma história de amor, o sentimento de alguns alemães que por vezes preferem esquecer o passado a aceitá-lo. É uma história triste, pesada, mas emocionante.

Elenco: Kate Winslet, Ralph Fiennes, Bruno Ganz, Alexandra Maria Lara, David Kross, Karoline Herfurth, Hannah Herzsprung, Linda Bassett, Lena Olin.


*Paula Blaas

Tudo sobre minha mãe

O filme "Tudo sobre minha mãe" de Pedro Almodóvar (meu novo queridinho) foi lançado em 1999.

Vencedor das premiações do Globo de Ouro e do Oscar em 2000 na categoria "melhor filme estrangeiro" e do Festivel de Cannes como "melhor direção", o longa celebra o universo feminino e o papel de cada mulher neste espaço. As mulheres, que são a verdadeira paixão do diretor, exercem papéis de mães, filhas e até mesmo travestis, que sonham fazer parte do sexo feminino.


"Tudo sobre minha mãe" conta a história de uma mãe (Manuela) e seu filho (Esteban). O garoto escreve tudo o que vive ou presencia em uma caderneta, pois tem o sonho de virar escritor. No dia do seu aniversário ele vai com a mãe assistir uma peça que queria ver há muito tempo. No final do espetáculo, tentando pegar um autógrafo com a atriz principal, ele sai correndo atrás de um taxi onde ela está e é atropelado. No hospital, ele acaba morrendo. Depois disso, Manuela larga o emprego de enfermeira e volta para sua cidade natal, Barcelona, atrás do pai de Esteban, um travesti que nem sabe que teve um filho. A partir dai ela conhece outras mulheres que entram em sua vida de uma forma impressionante e inesperada, inclusive a atriz, musa de Esteban.

Desde a primeira cena, com uma trilha sonora típicamente espanhola, se percebe a dramaticidade da história. É uma trama triste, contada por protagonistas mulheres - apenas dois homens ajudam nesta tarefa, o personagem de Esteban e o pai de Penélope Cruz, mas aparecem bem menos que as atrizes. O colorido do filme, sempre com objetos em cores fortes, também mostra logo de cara quem é o diretor da trama.

É uma obra semelhante às demais do diretor, mas que vale a pena ser assistida já que nos faz refletir sobre a vida e a importância das pessoas ao nosso redor, com pensamentos livres de preconceitos.

Elenco: Cecília Roth, Marisa Paredes, Candela Peña, Antonia San Juan, Penélope Cruz, Rosa Maria Sardà, Fernando Fernan Gómez, Eloy Azorín, Toni Cantó, Carlos Lozano

Foto: CineBloteca

* Paula Blaas

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Uma forma de protestar

Edukators é um drama alemão lançado em 2004 que conta a história de três jovens idealistas que realizam protestos pacíficos invadindo mansões, trocando as coisas de lugar e deixando bilhetes com a intenção de amedrontar os milionários.

O drama traz à tona a antiga discussão sobre o mundo capitalista e acumulação de bens. Filmado em meio aos alpes alemães, o filme conta a história do trio amoroso que, sem ter outra opção, sequestra um empresário.
Foi nomeado a Palma de Ouro como melhor filme no Festival de Cinema de Cannes.

Os educadores agem realizando protestos contra o capitalismo, intimidando os ricos da Alemanha. O problema começa quando Julie, a namorada de Peter, insiste em invadir a residência do empresário que a processou há alguns anos atrás por ter destruído o seu carro em um acidente. O acidente gerou uma dívida que faz com que a jovem trabalhe praticamente somente para pagá-la. O que eles não podiam esperar era que, durante a segunda invasão à casa (eles voltaram pois Julie havia esquecido o celular), encontrariam o dono da mansão.

Sem ter o que fazer, os jovens assustados levam o homem para uma casa no campo. A partir daí, o filme ganha pontos pois promove diversas discussões sobre o capitalsmo e o sistema em que vivem. Os personagens questionam a real função de trabalhar, enriquecer e não ter tempo sequer para aproveitar os bens adquiridos e nem ajudar os mais necessitados.

Com o passar dos dias, sequestradores e sequestrados começam a estabelecer uma relação amigável e confiável. Além disso, toda a trama é traçada com recaídas amorosas e uma pitada de romance. O filme é uma dica para aqueles que não se satisfazem com as coisas do jeito que estão... procuram saber respostas... divergem da maioria mas, apesar de tudo, tentar construir o mundo que acham correto.

Foto: Tagesuhu


*Osiris Reis

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A realidade de uma geração

O drama Trainspotting, produzido sob direção de Danny Boyle em 1996, é o retrato de uma geração problemática. Aclamado no ano de sua produção e duramente criticado por políticos por supostamente incitar o uso de drogas, o filme é um espelho de uma geracão de jovens moradores de Edimburgo, na Escócia, que entregam-se às drogas. O filme foi indicado ao Oscar de 1997 na categoria melhor roteiro adaptado e até hoje é alvo de críticas no mundo do cinema.

O filme conta a história de um grupo de jovens de classe média que largam os afazeres normais - como família, trabalho e escola - para entregarem-se de corpo e alma ao mundo das drogas como heroína, barbitúricos e ansiolíticos. A película revela a fragilidade das relações humanas em um mundo capitalista, no qual os jovens sentem-se como se não fizessem parte dele e direcionam suas vidas somente ao roubo para sustentar o vício da droga.

Uma das cenas mais marcantes do filme é o momento em que a única mulher do grupo de "amigos" acorda-se no local em que eles usavam para morar, chorando inconsolávelmente: Sua filha de apenas alguns meses havia morrido de inanição e falta de cuidados. O filme volta-se a um universo de desespero, crises de abstinência, crimes e desce até o fundo do poço com o expectador.

Apesar de ser pobre em fotografia, o filme retrata a simples realidade. De uma maneira crítica e até por vezes bem humorada, apesar de o gênero ser considerado um drama, ele relata os problemas que atingiram a Europa na época em que a película foi filmada. É uma boa indicação para aqueles que desejam saber mais sobre o mundo das drogas e sua infuência nos dias de hoje.

Foto: Blog Sons Intermitentes

*Osiris Reis

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Porque te vas?

Mais um filme com Geraldine Chaplin, não nego ser fã, "Cria Cuervos" foi o ganhador do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes e indicado ao Globo de Ouro e ao Cesar de Melhor Filme Estrangeiro, uma obra dirigida por um dos mais importantes diretores da Espanha, Carlos Saura.

Cria Cuervos conta a história de Ana e suas tristes lembranças de 20 anos atrás, quando aos nove anos, ela vê seus pais morrerem em um pequeno espaço de tempo. Na época Ana pensava ter uma estranho poder sobre a vida e a morte de seus familiares. Remorso que carregou para a fase adulta, junto com o sentimento de culpa, por achar-se a responsável pela repentina morte do pai.


Ficha Técnica:

Atores: Josefina Diaz, Monica Randal, Conchita Perez, Ana Torrent, Maite Sanchez, Héctor Alterio, Geraldine Chaplin, Mirta Miller, Florinda Chico, German Cobos
Direção: Carlos Saura
Idioma: Espanhol
Ano de produção: 1975
País de produção: Espanha
Duração: 107 min.
Distribuição: Platina Filmes
Fonte: http://www.criacuervos.com.br/

Por que te vas
(Jose Luis Perales)

Hoy en mi ventana brilla el sol
Y el corazón se pone triste contemplando la ciudad
Porque te vas
Como cada noche desperté pensando en ti
Y en mi reloj todas las horas vi passar
Porque te vas
Todas las promessas de mi amor se irán contigo
Me olvidarás, me olvidarás
Junto a la estación lloraré igual que un niño
Porque te vas, porque te vas
Bajo la penumbra de un farol se dormirán
Todas las cosas que quedaron por decir se dormirán
Junto a las manillas de un reloj despejarán
Todas las horas que quedaron por vivir esperarán...

Foto: Belo Belo

* Ândria Halfen

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Los Abrazos Rotos

Seguindo no assunto Almodóvar do meu último post, o mais recente filme dirigido por ele está finalmente sendo lançado no Brasil. No lançamento na Europa, em março deste ano, "Los Abrazos Rotos" - traduzido como "Abraços Partidos" - recebeu inúmeros elogios da crítica internacional pelo enredo, pela parte técnica e também pela atuação da atriz Penélope Cruz (Volver, 2006), que mais uma vez repete a parceria com o diretor.

O filme trata de diferentes tipos de abraços, sejam eles de amizade ou amor, e mostra quatro ângulos diferentes da mesma história. Luís Homar é o protagonista do filme. Ele interpreta um diretor de cinema que mesmo sendo procura novos desafios. Durante a história o telespectador é transportado para o passado do personagem, aonde está Magdalena, interpretada por Penélope Cruz, uma ex-prostituta que se torna dependente do chefe milionário, que acaba virando seu amigo. A história da personagem muda quando ela se vê envolvida com o cinema.

Esta não é a primeira vez que Almodóvar faz um filme dentro de outro filme. Ele já experimentou esta experiência em "A lei do desejo", "Fale com ela" e "Má educação". No entanto o enredo de "Los Abrazos Rotos" está bem diferente de todos os outros sucessos do diretor.

A trilha sonora também surpreende. As músicas espanholas, sempre presentes em seus filmes, deram espaço para a música da americana Cat Power. Também fazem parte do elenco as atrizes Ángela Molina e Carmen Machi.

*Paula Blaas

sábado, 21 de novembro de 2009

A espiã

Rachel Stein (Carice van Houten) é uma cantora judia que está escondida. Quando o local em que está é destruído por um bombardeio ela e sua familia mais um grupo de judeus decidem atravessar Biesbosch para chegar ao sul da Holanda, que já está livre da ocupação nazista.

Entretanto o barco deles é interceptado por uma patrulha alemã, que mata todos a bordo com exceção de Rachel. A partir de então ela se une à resistência, adotando o nome de Ellis de Vries. Notando o interesse de um oficial alemão, ela se aproxima dele e consegue um trabalho. Enquanto isso a resistência elabora um plano para libertar um grupo de prisioneiros, onde a participação de Ellis será fundamental.

O filme possui cenas fortes e impactantes, como se trata de uma história real, choca e se faz admirar a garra e a coragem de depois de perder tudo seguir lutando por justiça e liberdade, Rachel/Ellis sem sombra de dúvidas é uma mulher valente com V "maiúsculo".

Ficha Técnica

Título original: Zwartboek
Gênero: Drama
Duração: 145 min
Ano de lançamento: 2006
Elenco: Carice van Houten , Sebastian Koch , Thom Hoffman , Halina Reijn , Waldemar Kobus
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: Gerard Soeteman e Paul Verhoeven
Produção: Jeroen Beker, Teun Hilte, San Fu Maltha, Jens Meurer
Trilha Sonora: Anne Dudley
Fotografia: Karl Walter Lindenlaub
Figurino: Yan Tax
Site oficial: http://www.blackbookfilm.com/


Foto: Movie for dummies

* Ândria Halfen

O orfanato

Dedilhadas de Guilherme Del Toro são terrivelmente visíveis no filme O orfanato (El orfanato), conhecido como diretor de vários filmes de suspense como "O Labirinto do Fauno", "A Espinha do Diabo" já possui sua marca própria.

No roteiro, escrito pelo espanhol Sergio Sánchez, Laura (Belén Rueda) assume o orfanato do título, onde passou parte da sua infância. Ali ela planeja, ao lado do noivo e do filho adotado, construir uma espécie de retiro para crianças com necessidades especiais.

Quando criança, Laura foi adotada e deixou para trás as amizades que conquistara no orfanato, o retorno se desenha, portanto, como uma espécie de acerto pessoal. Os problemas começam quando o filho de Laura, Simón (Roger Príncep), arruma amigos imaginários.

Certo dia, Laura, cansada das invenções de Simón, não lhe dá ouvidos sobre os tais amigos. O menino então desaparece. Laura entra em desespero, principalmente porque Simón, soropositivo, precisa tomar remédios diariamente para controlar o HIV. Passam-se meses e nada de notícias - resta à mãe investigar o sumiço sozinha, o que a leva a descobrir coisas escabrosas sobre o orfanato.

Particularmente, adorei o filme, uma por adorar filmes de suspenses e esse realmente sabe como prender do inicio ao fim, depois porque sou fã da atriz Geraldine Chaplin que vive a Aurora, e porque para mim que cresci assistindo "Chaves" também tem como ator no elenco Edgar Vivar o famoso Sr Barriga/Nhonho que interpreta um especialista em paranormalidade.

Ficha Técnica

Título : Original El Orfanato
Direção: Juan Antonio Bayona
Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera, Montserrat Carulla, Andrés Gertrúdix e Edgar Vivar
Produção: Guillermo del Toro, Mar Targarona, Joaquín Padro e Álvaro Augustín Roteiro Sergio G. Sánchez
Ano: 2007
País: México / Espanha
Duração: 100 minutos
Site: http://www.elorfanato-lapelicula.com/

Foto: Garotas que dizem ni

* Ândria Halfen

Piaf

Marion Cottilard atuou brilhantemente como o papel principal no filme Piaf - Um Hino ao Amor( La Môme/ la vie en rose), ela viveu Edith Paif e toda a sua dramaticidade e peculiaridades.

O filme conta a história de vida da cantora francesa, que fora abandonada pela mãe, criada pela avó, dona de um bordel na Normandia. Dos 3 aos 7 anos de idade fica cega e recupera-se milagrosamente.

Mais tarde vive com o pai alcoólatra, a quem abandona aos 15 anos para cantar nas ruas de Paris. Em 1935 é descoberta por um caça-talentos que lhe apelidou de Piaf (passarinho, em francês) e lhe deu a oportunidade de cantar em alguns cabarés bem frequentados, nesse mesmo ano ela grava seu primeiro disco.

A vida sofrida é coroada com o sucesso internacional, fama, dinheiro, amizades, muito champanhe e muitas drogas junto com a constante vigilância da opinião pública.


Ficha Técnica

Título no Brasil: Piaf - Um Hino Ao Amor
Título Original: La Môme / La Vie En Rose
País de Origem: França / Reino Unido / Republica Tcheca
Gênero: Drama
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento: 2007
Estréia no Brasil: 12/10/2007
Site Oficial: http://www.edithpiafmovie.com/
Estúdio/Distrib.: Europa Filmes
Direção: Olivier Dahan

Foto: Tomorrow Baby

* Ândria Halfen, estudante de jornalismo, que ama músicas francesas.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Nicole Kidman interpreta no cinema o primeiro transexual da história

A atriz fará o papel de Einar Wegener

A história do holandês Einar Wegener ganhará notoriedade quando sua história virar filme. “The danish girl”, que começará a ser rodado em 2010, tem a direção do sueco Tomas Alfredson – o mesmo de “Deixa ela entrar”, drama sobre uma menina vampira que atualmente está em cartaz nos cinemas brasileiros. O roteiro é assinado pela inglesa Lucinda Coxon, de “Meu amor, minha perdição” (2002).

Na trama, Gwyneth Paltrow viverá a esposa do personagem de Nicole, que incentiva o marido a fazer uma cirurgia de mudança de sexo. A sul africana Charlize Theron foi sondada para o papel antes deste ser acertado com Paltrow, mas desistiu devido a problemas de agenda.

As informações são do site G1 – Cinema.

Foto: Pipoca Combo

*Paula Gracioli

Longa-metragem sobre zumbis tem orçamento de 115 reais

Diretor Marc Price pretende convencer os cineastas de que não é necessário muito dinheiro para contar histórias

Zumbis voluntários, 45 libras e repercussão mundial. O primeiro longa metragem do galês Marc Price poderia ser definido desta forma. Com muito sangue e poucas falas, “Colin” (2008) conta a história de um jovem que é mordido por zumbis e se transforma em um deles, gerando o caos em Londres, onde os poucos humanos restantes tentam continuar sendo humanos. Enfim, mais um filme sobre zumbis.

O ótimo é observar como Price desenvolveu a logística deste produção: escreveu, dirigiu, filmou e editou seu primeiro filme em pouco mais de um ano e com grana (quase) nenhuma. Ele levou o filme ao Festival de Cannes, conseguiu que ele estreasse no circuito comercial do Reino Unido e agora viaja com o filme a países como o Brasil, onde estará na sexta feira, 13 de novembro.

Em entrevista ao site G1 – Cinema, Price, que se considera um grande fã dos filmes de George Romero, afirma que o objetivo não é fazer fortuna com “Colin”, mas sim colocar a equipe em uma posição forte para o próximo lançamento.

Foto: Salemshq

*Paula Gracioli

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Também quero ser Almodóvar


Estava lendo um livro da Martha Medeiros, Non-Stop- Crônicas do Cotidiano (2001), e me deparo com uma crônica dela em que o título era assim: Quero ser Pedro Almodóvar. Pensei então que diabos ela estava fazendo, falando logo dele.

Não gosto muito do estilo e nunca entendo bem os filmes, sempre fico horas tentando pegar o sentido da coisa. Sentido da coisa. Tá ai a chave da explicação. Tá ai o porquê da minha antipatia e da adoração da Martha. Na crônica ela explica que não conseguia entender o motivo pelo qual tanto o admirava, até que percebeu: seus filmes não fazem sentido algum. E por que devem fazer?

Quando assisti "Volver", senti que faltava algo, filme ótimo, ótimo elenco, ótimo roteiro, mas não sei, algo ainda me deixava na espera, aquilo não parecia um filme acabado, ordenado. Ao olhar "Tudo sobre minha mãe" (um dia ainda falo mais sobre esse filme aqui!) a frustração aumentou, que filme era aquele que provocava alegria, tristeza, desconforto, tudo, menos sentido?!

Como Martha Medeiros diz na crônica, nós humanos buscamos a lógica sempre. Tudo tem um porquê. Se não disse que ama nos últimos dias, é porque não ama mais . Se não foi contratada naquele emprego, é porque a roupa estava apelativa demais. Se não ligaram convidando pra sair, é na certa por causa daquela fofoca da semana passada. Tudo fazendo muita coerência. Porém nem tudo na vida faz sentido. Nem sempre a realidade possui apenas um motivo, uma razão.

Foi ai que notei: por isso não gostava do Almodóvar. Ele despertava em mim o que eu mais detestava: a falta de razões lógicas para as coisas. Neste sentido, sou humana tanto ou mais que a maioria: tudo tem que acontecer de forma planejada, tudo tem um porquê de ter ou não ocorrido de tal forma. E a vida não é assim, os sentimentos não são assim.

A vida é uma surpresa, é algo que muitas vezes não entendemos e nem iremos entender, é algo que muitas vezes possui mais de uma explicação. Mas ela tá ai, batendo na nossa porta, pedindo para ser vivida. Fazendo todo o sentido, ou sentido algum. Então a partir de agora vou tentar relaxar mais e seguir uma nova meta: Quero ser Almodóvar.

Foto: Flavio's World

*Paula Blaas - estudante de jornalismo

Michel Audiard de volta às telonas

Filho do cineasta e dialoguista Michel Audiard, Jacques Audiard mostrou que 2009 será mais um ano de alta em sua produção cinematográfica. O diretor está no páreo juntamente com outros seis diretores no prêmios da Academia de Cinema Europeu. Os candidatos foram anunciados no sábado (7) em Sevilha, na Espanha. O filme já venceu o Grande Prêmio do Festival de Cannes e representa a França na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Tahar Rahim, que também já atuou na aventura épica romana The Eagle of the Ninth e é o protagonista na película de Audriard, também concorre às premiações como Melhor Ator Principal. O filme que trata sobre o crime nas prisões do país e o jogo de forças e poder entre os detentos, ainda é desconhecido nas terras tupiniquins, mas já causa frisson entre os cinéfilos e os sites direcionados à cobertura do cinema mundial. A produção estreia nas salas portuguesas em 26 de novembro, mas será exibido no dia 14, durante o último dia do terceiro Estoril Film Festival, na presença do diretor. Os vencedores serão anunciados em 12 de dezembro, em Bochum, na Alemanha.

Outras premiações
Para o prêmio de melhor ator, também foram selecionados Moritz Bleibtreu (O complexo de Baader Meinhof), Steve Evets (À procura de Eirc), David Kross (O leitor), Dev Patel (Quem quer ser um milionário?), Tahar Rahim (Um profeta) e Filippo Timi (Vincere). Penélope Cruz (Abraços desfeitos), Charlotte Gainsbourg (Antichist), dentre outras estrelas do cinema disputam o concorrido prêmio de melhor atriz.

Foto: Pointscommuns

*Osiris Reis, estudante de Jornalismo na UCPel.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Gerard Butler e Ralph Fiennes em releitura de Shakespeare

O ator escocês Gerard Butler (foto), que ficou famoso após protagonizar a superprodução “300” mas que também fez filmes fantásticos como “Dear Frankie” (2004), irá se juntar ao ator Ralph Fiennes na adaptação “Coriolano” do clássico de Shakespeare (Coriolanus). Além de atuar, Fiennes estreia neste filme como diretor.

Butler fará o papel de um general do exército volsco, um povo do centro da Itália que teve papel importante na história da Antiga Roma. As filmagens iniciam em março de 2010, na Sérvia, e o elenco terá ainda nomes como Vanessa Redgrave, Jessica Chastain, Eddie Marsan e William Hurt.

Mais:
Gerard Butler em "Dear Frankie".

Foto: O meu carro é lindo


*Paula Gracioli

Kate Winslet recebe indenização de jornal inglês

Winslet processou o jornal “Daily Mail” por reportagem publicada no início do ano

O jornal britânico publicou em janeiro deste ano uma reportagem entitulada“Kate Winslet deveria ganhar o Oscar de atriz mais irritante?”.
A matéria fazia referência às declarações da atriz sobre o fato de fazer exercícios físicos em casa e não freqüentar academias de ginástica.

Kate processou o jornal por considerar a reportagem ofensiva. Segundo o site G1 – Cinema, a atriz teria se desagradado ao ser acusada de mentir sobre seu programa de exercício, sentido que tinha responsabilidade de exigir do jornal um pedido de desculpas.

“Acredito fortemente que as mulheres têm que ser estimuladas a aceitar-se como são. Então, sugerir que estava mentindo era uma acusação inaceitável", salientou a protagonista do sucesso “Titanic” e do excelente “O leitor”. Kate foi indenizada em 41 mil dólares (cerca de 72 mil reais).

Mais:
Kate Winslet em Revolutionary Road


Foto: Celeb9.com

*Paula Gracioli

Revolutionary Road - Foi Apenas um Sonho

O filme "Revolutionary Road", que teve o título original adaptado, de forma contestável, para o português como "Foi apenas um sonho", fala sobre o cotidiano.

O roteiro se passa em meados dos anos 50 e conta a história de April e Frank Wheler, um casal que vive em uma cidade no subúrbio dos Estados Unidos. April (Kate Winslet) é uma atriz frustrada que vira dona de casa e passa a ter como atividade principal cuidar da casa e dos filhos. Frank (Leo DiCaprio) trabalha em um emprego que sustenta a família, mas que ele detesta.

Vivendo em meio à discussões, conflitos e reconciliações diários, April e Frank levam uma vida medíocre que os desespera. A trama ganha corpo quando a personagem de Kate, April, sugere que a família saia de Revolutionary Road e se mude para Paris; Frank cogita a possibilidade da mudança de vida em busca de novos horizontes, mas a vida lhes reserva surpresas que mudam seus planos e o rumo da história.

O diretor, Sam Mendes, que é marido de Kate Winslet e foi super aclamado pelo ótimo Beleza Americana, conduz o roteiro de uma forma que encanta pela simplicidade e crueza do argumento. Ao mesmo tempo que, em alguns momentos, a narrativa possa parecer maçante, a forma seca como são descritos os fatos do cotidiano do casal Wheeler toca o receptor justamente por ser sincera, surpreendendo pela sutileza.

Kate Winslet, interpretando uma mulher instável, desgastada e fria, está novamente impecável. Leonardo DiCaprio no papel de um pai de família dedicado, mas conformado e acomodado, demonstra um amadurecimento diferente de qualquer outro filme que tenha feito nos últimos anos. Onze anos depois de Titanic, a dupla se mostra mais afinada e proporciona, em Revolutionary Road, um espetáculo à parte.

Foto: Vicky Anddre

*Paula Gracioli é estudante de Jornalismo e adora filmes britânicos.